A antiga sede da Buettner, centenária indústria de Santa Catarina que teve a falência decretada em 2016, vai manter a vocação têxtil. Arrematado por R$ 37,5 milhões em leilão realizado nesta quinta-feira (2), o complexo fabril no bairro Bateas, na entrada da cidade, será usado por uma outra empresa do ramo, também de Brusque.
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Fundada em 1986, a Willrich, que atua no segmento de fiação, planeja usar as instalações fabris que ali já existem para expandir as atividades. Espaço há de sobra: o lote comprado em leilão soma 10 terrenos, com 875 mil metros quadrados de área e pelo menos 35 mil metros quadrados de área construída.
— Foi comprado para expandir o nosso parque fabril. Começamos assim que sair a liberação e a posse — diz Lucas Willrich, um dos sócios da empresa.
Como uma boa empresa familiar, a Willrich esconde o jogo. Prefere não abrir o atual volume de produção nem o número de funcionários. Mas à coluna Lucas diz que o plano, com o novo ativo, é duplicar de tamanho, tanto em volume quanto em número de colaboradores.
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Segundo o empresário, a expansão está no radar há mais tempo. A companhia inclusive chegou a sondar outros terrenos em Brusque, mas viu no complexo fabril da Buettner uma oportunidade — que ficou ainda mais atrativa quando o lance mínimo baixou para R$ 37,5 milhões, bem mais em conta do que os R$ 57,7 milhões do valor de avaliação.
Há também um componente emocional nessa história. Por ser uma empresa familiar, a Willrich estava mapeando a expansão para permanecer na cidade.
— O slogan da nossa cidade é “o berço da fiação catarinense”. Então é uma felicidade para nós, também, hoje continuar essa indústria que foi uma das pioneiras de Brusque, uma das que desenvolveram a cidade lá atrás — conta Lucas.
Os quase R$ 40 milhões arrecadaos no leilão desta quinta-feira — além do complexo fabril, outros dois lotes também foram arrematados — serão usados para pagar dívidas trabalhistas deixadas pela Buettner. Segundo o administrador judicial Gilson Sgrott, a quantia é suficiente para zerar débitos desta natureza gerados depois que a empresa teve o pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça, em 2011.
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Parte das dívidas com trabalhadores anteriores a esse período também poderão ser quitadas, mas ainda faltará caixa. Outros bens que pertenciam à companhia, fundada em 1898, ainda irão novamente a leilão.
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