A Justiça de Santa Catarina vai ouvir o autor do ataque a creche em Saudades, no Oeste de SC, presencialmente na próxima terça-feira (24). A determinação para que o réu compareça pessoalmente ao fórum é do juiz Caio Taborda, da Vara Única da comarca de Pinhalzinho, na mesma região. Ao todo, o agressor responde por 19 crimes: cinco homicídios e 14 tentativas de homicídio.

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Responsável pela morte de três crianças com menos de 2 anos e de duas educadores, o acusado de invadir uma escola de educação infantil e atacar com golpe de facas todas as pessoas que encontrou pela frente está preso em Chapecó. Ele será conduzido até o fórum, sob custódia policial.

– Dessa forma fica facilitado o contato do advogado de defesa com o acusado. Assim também poderemos observar o réu a fim de analisar o novo pedido de incidente de insanidade mental, requerido pela defesa – explicou o magistrado. Ao menos quatro exames foram negados pela Justiça. A decisão sobre a realização será proferida após a audiência.

O acusado será o último a ser ouvido, depois de 14 testemunhas de acusação. O início da audiência está previsto para 13h30min. Na primeira ocasião, em 5 de agosto, foram ouvidas seis vítimas e sete testemunhas, todas arroladas pelo Ministério Público.

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Uma das pessoas ouvidas foi o bombeiro militar Rafael Blasechi. Ele estava no plantão no dia em que ocorreu o ataque e foi um dos primeiros a chegar no local.

— A situação era de caos. A gente fez o primeiro atendimento ali das vítimas e do acusado em si e a gente participou de toda a situação – disse em entrevista ao G1, antes de ser ouvido pela Justiça.

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Relembre como ocorreu o ataque

Segundo o delegado, o homem invadiu a Escola Infantil Pró-Infância Aquarela e feriu a professora na entrada da unidade
Segundo o delegado, o homem invadiu a Escola Infantil Pró-Infância Aquarela e feriu a professora na entrada da unidade (Foto: Simone Fernandes / Arquivo Pessoal)

O autor da sequência de crimes bárbaros tem 18 anos e está preso desde 4 de maio, quando três crianças com menos de 2 anos, uma professora de educação infantil e uma agente educacional foram assassinadas com golpes de faca dentro da escola. Outra criança, também com menos de 2 anos, foi socorrida e se recupera em casa. O processo tramita em segredo de justiça.​

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Foi a idolatria do jovem por crimes violentos, segundo o promotor de Justiça à frente do caso, Douglas Dellazari, que motivou o que a polícia chama de “massacre inspirado em ataques do exterior”. A investigação da Polícia Civil apontou que assassinatos em série e em massa estavam entre as preferências do réu, que também desejaria fama “no meio em que estava inserido”.

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Mais de 100 anos de prisão

O julgamento final, que definirá o futuro do jovem, ainda não tem data prevista e o cálculo exato sobre a sentença não poder ser feito antes que o réu seja julgado, de acordo com os especialistas ouvidos pelo Diário Catarinense. Mesmo assim, a legislação prevê penas mínimas e máximas para cada tipo de crime contra a vida – homicídios simples e qualificado e tentativa de homicídio. 

Assim, segundo especialistas, o autor pode receber mais de 100 anos de prisão. Isso na hipótese de ele ser condenado às penas máximas pelos homicídios pelos quais foi denunciado. O tempo de reclusão, no entanto, seria de menos da metade disso, pois não pode exceder 40 anos.

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