Faz um mês que o caminhoneiro catarinense Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, é alvo de um mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por descumprir ordens judiciais. Localizado pela Polícia Federal no México e alvo da Interpol, ele continua foragido e desafiando as autoridades enquanto busca um salvo-conduto para retornar ao país sem ter que parar atrás das grades.
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A história do catarinense, que passou do completo anonimato a arroz-de-festa nas redes bolsonaristas, e foi apontado pela Procuradoria Geral da República (PGR) como articulador de atos antidemocráticos, ganhou um novo contorno esta semana, com a informação de que sua defesa pediu ao STF autorização para que ele retorne ao Brasil.
Quem banca o turismo internacional do foragido Zé Trovão
A petição foi anexada ao inquérito que investiga a organização dos atos de Sete de Setembro, que corre em sigilo no Supremo. A rede CNN divulgou ter tido acesso ao documento, em que a defesa afirma que o caminhoneiro é pai de um filho recém-nascido em Joinville, que depende “do trabalho e da renda paterna”, e diz que ele pretende se apresentar espontaneamente à Justiça.
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No México desde o fim de agosto, o caminhoneiro estaria com dificuldades financeiras para permanecer viajando. Sabe-se que não dispõe de recursos próprios para um turismo tão extenso pela América Central – o que pode indicar que a fonte que o financiava secou. Caminhoneiros ouvidos pela coluna, em condição de anonimato, acreditam que a fuga internacional de Zé Trovão, em agosto, teria sido bancada por empresários do agronegócio de quem ele se aproximou.
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A Polícia Federal chegou a identificar a localização de Zé Trovão em setembro, em um hotel na Cidade do México. Mesmo assim, ele não foi preso. Desde que saiu do Brasil, o caminhoneiro passou pelas cidades mexicanas de Guadalajara, Cidade do México e Cancún. Também esteve no Panamá. As buscas, que começara pela Polícia Federal em Santa Catarina, foram assumidas por equipes de Brasília e seguem concentradas na Capital Federal.
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Até agora, todos os pedidos para aliviar a barra de Zé Trovão foram negados pelo STF. Além do inquérito sigiloso, onde é representado oficialmente por seu advogado, o caminhoneiro já foi alvo de sete tentativas de habeas corpus no Supremo, apresentadas por advogados que não atuam diretamente em sua defesa. Cinco deles, após os atos de Sete de Setembro.
Todos os pedidos foram negados pelos ministros Edson Fachin e Luís Roberto Barroso – alguns deles, por questões técnicas judiciais. Uma parte ainda está em fase de recursos.
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Desde a confusão com a paralisação dos caminhoneiros, sequência dos atos de Sete de Setembro que provocou reação dos mercados, incomodou a população e ajudou a pressionar o presidente Jair Bolsonaro a baixar temporariamente a guarda, Zé Trovão anda sumido das redes bolsonaristas. Seu nome foi lembrado esta semana com o anúncio do aumento do diesel, mas por outra “bolha”, a que cobrava dele a mesma indignação que demonstrou na convocação para as manifestações contra o Supremo.
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