Ao menos quatro tornados podem ter passado por Santa Catarina na última terça-feira (30) junto com o ciclone bomba, fenômeno que devastou cidades, provocou nove mortes e deixou 1,5 milhão de consumidores sem energia elétrica no Estado. A hipótese foi levantada pelo meteorologista Leandro Puchalski, que analisou imagens do vendaval e esteve, nesta sexta-feira (3), em uma área onde pode ter ocorrido a formação de um tornado, em Florianópolis. O meteorologista falou sobre o assunto durante live comandada pelo colunista da NSC Leo Coelho.
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Segundo Puchalski, o “funil” que sai da base da nuvem e toca o solo, com ventos rotacionais e muito fortes no seu interior, pode ter se formado na região do Cacupé, no Norte da Ilha de Santa Catarina, no momento em que o temporal chegou ao Estado. O meteorologista levantou a hipótes após analisar os estragos causados na comunidade.
– Quando você não presencia o fato, em si, você consegue identificar o que pode ter acontecido, através dos tipos de estragos. E o que eu vi lá (no Cacupé) é algo muito próximo do que um tornado é capaz de provocar. Então dentro daquela linha de instabilidade, naquela pequena região, pode ter tido um tornado – explica.
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Além do Cacupé, outros três tornados, ao menos, podem ter se formado em Santa Catarina, simultaneamente, e em diferentes regiões. Ainda em Florianópolis, em Canajurê, o telhado de um prédio foi arrancado com a força do vento. O destelhamento, como ocorreu, também pode ser consequência de tornado, conforme o meteorologista, porque se nota que as telhas foram “sugadas”.
No município de Rio do Sul, no Vale do Itajaí e em Papanduva, no Planalto Norte, outros dois tornados podem ter sido responsáveis pelos estragos, ainda segundo Puchalski.
– Não estou dizendo que foi, teria que se aprofundar, pegar dados, radar meteorológico para ver, mas há um indicativo de tornado – explica.
Ciclone afeta todo Estado
A passagem do ciclone extratropical registrou ventos de até 134 Km/h. A tempestade atingiu praticamente todas as regiões do Estado. Na quarta-feira, novas rajadas de vento foram registradas até o início da tarde em Santa Catarina. Os estragos foram tão grandes, que o governo de Santa Catarina decretou estado de calamidade pública.
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A decisão foi anunciada pelo secretário João Batista Júnior, da Defesa Civil, em entrevista na manhã desta quinta-feira (2) ao Bom Dia Santa Catarina, da NSC TV.
> Ventos voltam com intensidade durante a madrugada e a manhã desta quarta-feira em Santa Catarina
As ocorrências começaram a ser registradas no início da tarde de terça-feira, no Oeste catarinense, e avançaram para o litoral.
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> Região Sul é considerada berço de ciclones, explica meteorologista
O ciclone, que é composto por uma área de baixa pressão, começou a se formar no norte da Argentina se deslocou em direção ao leste. A área de baixa pressão que cruzou os estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul ganhou forma de ciclone somente ao chegar sobre o oceano, no litoral gaúcho, durante a madrugada desta quarta-feira (30).
Além do ciclone, a frente fria que estava no Estado também gerou temporais. Foi a junção de ambas as condições de tempo que fez com que o estrago fosse maior.