A segunda participação do PSOL na corrida pela prefeitura de Blumenau tem objetivos semelhantes aos da primeira vez, ocorrida oito anos atrás: divulgar as teses do partido. A professora Geórgia Faust será a responsável por incluir no debate das Eleições 2020 pautas como o racismo, o machismo e os direitos da população LGBTQ. Mas falta-lhe estrutura partidária para ambicionar uma vaga no segundo turno.
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Militante aguerrida nas redes digitais e em movimentos sociais da cidade, Geórgia obrigará os demais candidatos a falar sobre o espaço da mulher na sociedade, os direitos das populações vulneráveis e o uso da bicicleta como meio de transporte. O espaço também deve ser ocupado com críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro.
Fundadora do coletivo Casa da Mãe Joana, a candidata a prefeita tem nos movimentos feministas a base política mais consistente. Participará da primeira disputa pelo Executivo, após receber 3,4 mil votos para deputada estadual, dois anos atrás. Ela também havia disputado o mesmo cargo em 2014.
Geórgia tinha a intenção de concorrer em 2016, mas um erro banal, inacreditável para quem deseja cargo tão importante, impediu o plano: ela deixara de fazer o recadastramento biométrico na Justiça Eleitoral. A candidata garante que não se tratou de um lapso. Ela teria desistido da candidatura antes do prazo para recadastramento e partido para uma viagem de férias. O anúncio da decisão, porém, só seria feito no fim de junho daquele ano.
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Em relação a 2012, quando foi representado por Osni Wagner, o PSOL blumenauense conta com a maior visibilidade conquistada em nível nacional, seja em candidaturas à Presidência da República ou por parlamentares no Congresso. No município, porém, ainda é um partido composto por um grupo pequeno de apoiadores.
Sintoma disso é que haverá apenas quatro candidatos a vereador representando a legenda, número que, de antemão, praticamente anula as chances de conquistar uma cadeira na Câmara. A candidatura própria e em chapa pura, com Joel Rodrigo de vice, é também a opção que restou depois de uma aliança com o PT inviabilizar-se.
Numa eleição difícil para os partidos de esquerda, fragmentados em quatro candidaturas diferentes numa cidade que tem demonstrado preferência pela direita, o PSOL tenta ampliar a representatividade entre os blumenauenses. Participar das eleições é um primeiro passo.
Os candidatos
A coluna abordará todos os candidatos a prefeito de Blumenau oficializados pelas convenções partidárias. Confira abaixo outros textos da série.
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