Mário Hildebrandt era o vice-prefeito discreto na gestão de um comunicador carismático e bom de voto. Desde que Napoleão Bernardes renunciou, em abril de 2018, teve dois anos e oito meses para implementar o próprio jeito de governar e mostrar ao eleitor que merece permanecer na prefeitura de Blumenau. Nas Eleições 2020, precisará derrotar uma dezena de adversários e a pressão de conquistar um mandato com os próprios votos.

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Filiado ao Podemos, Hildebrandt vai para a campanha com a vantagem de ocupar a cadeira em disputa — os blumenauenses nunca negaram um segundo mandato a quem buscava a reeleição. O prefeito exaltará um governo cumpridor nos bairros e que economizou o dinheiro do contribuinte eliminando a Companhia Urbanizadora (URB). Ressaltará decisões técnicas de um colegiado que quase não mudou por causa da eleição. E levará na manga um pacote de asfalto que surgirá aos olhos do eleitor às vésperas da votação.

Ter sido eleito como vice, em 2016, proporciona ao prefeito a oportunidade de uma estratégia dupla, porém arriscada. O que for bom é resultado de um trabalho de quatro anos. Aquilo que não funcionou pode ser empurrado para o período do antecessor.

Deve ser assim com a Ponte do Centro, o inacabado Parque das Itoupavas e as dificuldades com o transporte coletivo. Resta saber se o eleitor aceitará a tese de que Hildebrandt não participava da gestão até 2018 — ele participava. Também será cobrado pela demora em projetos como o pacote de concessões, os novos terminais de ônibus e a reforma da Rua General Osório. E ainda haverá a relação com a vice, Maria Regina Soar (PSDB), com quem não se entendeu quando era a secretária de Saúde.

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Por fim, há a pandemia de coronavírus. Como o blumenauense avaliará os resultados alcançados pelo governo Hildebrandt? Quanto pesarão o abre-fecha e as mais de 140 mortes, suficientes para incluir a Covid-19 entre as principais causas de óbito em 2020? Em que estágio da transmissão estaremos em 15 de novembro? A indefinição ajuda a explicar o recorde de candidatos tentando impedir o plano de reeleição.

Hildebrandt é favorito a alcançar o segundo turno. Mesmo sem o carisma e a capacidade de comunicação do ex-companheiro de chapa, articulou uma coligação forte para defender um governo que, se não tem o brilho de grandes realizações, tampouco oferece um calcanhar de Aquiles evidente.

Os candidatos

A coluna abordará todos os candidatos a prefeito de Blumenau até o dia 16 de setembro, conforme forem oficializados pelas convenções partidárias. Confira abaixo outros textos da série.

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